segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Reaproveitamento em prol da beleza da pele

A produção mundial de vinho gira em torno de 27 bilhões de litros/ano, e 13% do peso das uvas processadas terminam como subprodutos ou resíduos de vinificação (sementes e cascas da uva), os quais geralmente são empregados como adubo ou simplesmente descartados.
Os resíduos de vinificação contêm compostos fenólicos que são importantes antioxidantes, apresentando capacidade de varrer os radicais livres e servindo como inibidores de processos neoplásicos, prevenindo diversas doenças, tais como aterosclerose, diabetes, câncer, entre outras. Estes resíduos são formados principalmente por sementes (cerca de 30%) e cascas e, apesar da transferência dos polifenóis da uva para o vinho durante a vinificação, além das eventuais perdas de alguns destes compostos por oxidação durante o processo, as sementes e as cascas residuais ainda apresentam grande quantidade de compostos antioxidantes.
A semente da uva é uma matriz complexa que apresenta em sua composição, fibras, óleo e proteínas. Em torno de 60% dos polifenóis da uva encontram-se nas sementes, e dentre eles, os principais são a (+)-catequina, (-)-epicatequina, (-)-epigalocatequina-3-O-galato, procianidina B1, o ácido gálico, entre outros.  Estes constituintes apresentam atividades biológicas, farmacológicas, quimioprotetoras e antioxidantes. Além disso, as proantocianidinas ou taninos condensados possuem capacidade de estabilizar o colágeno e a elastina, melhorando assim a elasticidade, flexibilidade e aparência da pele. A catequina, principalmente, demonstra a capacidade de estabilizar o colágeno frente o ataque da enzima colagenase.
 Extratos de sementes de uva também têm demonstrado grande atividade em processos de cicatrização quando aplicados topicamente em camundongos, e podem ser varredores de radicais livres mais potentes do que vitaminas C e E, razão pela qual estão sendo utilizados em formulações cosméticas para evitar o envelhecimento da pele (http://www.vinotage.com.br/).
Os flavonóides presentes na uva aumentam a resistência capilar, possuindo assim atividade benéfica sobre o sistema vascular capilar e venoso, demonstrando efeitos interessantes em cosméticos com atividade estimulante da circulação. Já os taninos apresentam grande capacidade adstringente e seu uso terapêutico ocorre graças a sua afinidade por moléculas protéicas. Na área cosmética apresentam aplicação muito útil como agentes reguladores da secreção sebácea, cicatrizante e desintoxicante.
Uma das tendências mundiais é a transformação de hábitos e costumes voltados ao consumo de produtos puros e naturais, e assim sendo, as indústrias cosméticas também estão seguindo por esse caminho, criando cosméticos de forma sensata, com maior preocupação ecológica, com tecnologia e ativos que apresentem uma ótima eficácia.
Deste modo, a Vinoterapia, que se baseia no tratamento da pele através de ativos derivados da uva ou da videira, apresenta comprovadamente efeitos benéficos à pele, e resultados muito positivos frente vários problemas dermatológicos.

Morgane P. Franzoni
Diretora Vinotage Cosméticos
Resumo publicado no Anais do Simpósio Internacional Vinho e Saúde (2.:2008: Bento Gonçalves) - pg. 24-25



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